INQUÉRITO À POPULAÇÃO


O inquérito realizou-se entre 20 de Novembro e 18 de Dezembro de 2023. Tinha como público-alvo pessoas maiores de 18 anos, residentes, proprietários, comerciantes ou apenas frequentadoras do Bairro das Caixas. Procurou-se uma metodologia de inquérito o mais digital possível, dando maior liberdade às pessoas no tempo e espaço de resposta, bem como no potencial de se deterem em respostas mais longas de cariz interpretativo.

O inquérito centrou-se em questões sobre o presente e o futuro do bairro, os problemas e as soluções, dividindo-se nos seguintes capítulos: caracterização do inquirido; comerciantes; residentes; composição do agregado; sobre a sua casa; sobre o seu prédio; sobre o bairro; e património.

Número de inquiridos:
- n.º total de respostas: 118
- n.º total de residentes e/ou proprietários: 79 (cerca de 23%)
- n.º total de comerciantes: 1 (cerca de 4,5%)

Este inquérito traduz uma população muito consciente sobre o património do bairro, com grande vontade de contribuir com ideias para o melhorar e uma percepção dos problemas existentes bastante uniforme, embora com opiniões sobre as soluções bastante diversas.

Há um consenso alaragado da comunidade quanto à necessidade de melhorar a manutenção e a coerência do conjunto urbano, restituindo o mais possível o original em questões fundamentais como varandas, estendais, cores, tal como também existe um consenso sobre as questões de espaço público mais relevantes a resolver - vias, estacionamento, repavimentação e identificação de edificios, infraestruturas de saneamento e resíduos, mais espaços verdes, de lazer e recreio. Parece-nos crucial que não se façam alterações avulsas, pouco estruturadas e sem uma ideia de conjunto e de longo prazo e, sobretudo, de forma unilateral (sem o apoio e a colaboração da comunidade local e dos conhecedores da obra). O património é um bem comum.

A aposta deveria ser clara: devolver o bairro à ideia original do arquitecto Ruy Athouguia. Um bairro-jardim, uma ilha urbana de baixa densidade e grande biodiversidade, em que são privilegiados os peões, os espaços verdes, a fauna e a flora, os espaços de recreio e lazer, no qual os carros passam para um plano secundário. À visão do arquitecto, importa adicionar uma camada de visão de futuro e de modernização dos edifícios, sobretudo naquilo que são a implementação de novos materiais e tecnologias que vêm trazer mais conforto e maior capacidade de gerar energias renováveis para auto-consumo e auto-suficiência. O Bairro das Caixas poderia ser o primeiro grande exemplo nacional de regeneração urbana de património qualificado, á luz dos novos ideias de sustentabilidade, eficiência energética e auto-suficiência.




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ficha técnica:
coordenador / Arqº. Adriano Niel
equipa / Arqª Filipa Abreu
design / And Atelier
fotografia / Nuno Almendra
vídeo / Leone Niel
website / Arqº. Adriano Niel


fontes:
Arquivo Municipal da Câmara Municipal de Lisboa / Arquivo Municipal da Câmara Municipal de Cascais / Associação de Moradores do Bairro das Caixas / Arquivos RTP e Cinemateca Portuguesa / Arqº. José Manuel Fernandes / Arqª Filipa Roseta / Arqª Graça Correia / Arqº Miguel Cabral Pinto, Moradores do Bairro das Caixas

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